12.2.07

Bigodes

Ontem, num concurso público em São Carlos, a questão, dentro de "conhecimentos gerais" (ou era língua portuguesa?), pedia para identificar a alternativa que não correspondia aos possíveis significados da palavra bigode.
Pois bem, tinha lá, além da acepção -espero- mais banal, que descrevia a parte especifica da barba, mais ou menos essas outras
= Rubrica: ludologia. Variedade de jogo de cartas;
= Rubrica: termo de marinha. (Diacronismo: obsoleto). Enchimento de madeira que se colocava a boreste e a bombordo, sobre a primeira cinta ('tábua'), na proa das embarcações (lanchas, botes etc.), ficando uma parte para ré e outra sobre a largura da roda de proa, do alefriz para fora, a fim de reforçá-la e embelezá-la;
= carro antigo com acelerador na mão;
e a opção correta, que não traduzia o que se entendia por bigode era uma descrição de uma arma similar à espada, com dois gumes afiados.
Não, nunca ouvi falar de alguém que jogasse bigode, mas alguém inventar uma brincadeira assim, soava fácil. A descrição dada para o badulaque que algumas barcas ostentam (ou não mais) me pareceu um perfeito bigodão molhado, sei lá, talvez por associação ao "deixar as barbas de molho", achei que tinha a ver. O veículo me parecia algo de remotíssima infância, apesar de não lembrar de ter visto imagem que seja do que - fui verificar - é o fordigode, digo o Fordebigode.
E o punhal, a adaga, putz, algo dizia que - vai saber? - mustache denominasse algo que espadachins antigos usassem. Ocorreu que o Pai Mei tivesse aqueles pontiagudos pêlos brancos e rijos sob o nariz, de uso mortiferamente cortante. Que o Freddy Mercury talvez tivesse trajado roupas de esgrimista em algum video, floreteando com aquele bigode. Até Salvador Dali, compareceu com o bigode dele e alguma coisa assoprava que sua imagem já fora utilizada em campanhas publicitárias de lâminas de barbear cuja a logomarca continha duas espadas cruzadas. Viagem! bigode não deve ser nada que mate, conclui pela alternativa - Sir Wilkinson, vai assustar sua mãe!- acertadamente.
Bom, tudo isso pra me perguntar quem foi o bigodudo que criou essa questão, pruma prova que escolhe um mero técnico de laboratório de turismo de um campus universitário. O bigoncelha corujão só pode ter querido sacanear, perguntasse dos tipos de bigode que podem existir numa prova pra barbeiro ou pra viciado em jogatinas, técnico de figurinos e efeitos especiais ou de agente da imigração ou da polícia secreta. O cara, de fato, quis pregar um logro, bigodear com o candidato. E deve ter mesmo, elaborado este teste enquanto saboreava o colarinho de um belo chope. Quem sabe, um dia, ainda lhe encostarei os bigodes.
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Atualizando o concurso do blog mais gostoso de Ribeirão - acompanhe no post barra de rolagem abaixo - surpreendente que já tenhamos mais de 25, oops, 30! votos, bonito o comparecimento à urna e a mostra de cidadania dos ribeirinhos, essa foi de bons bigodes, o ribeirao agradece.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

E em tempo: a microsoft deveria logo patrocinar os concursos públicos do país. em toda prova de informática, o programa prevê que o candidato saiba sobre o pacote office, qdo não vai além, incluindo o IE. E as perguntas são as mais capciosas e impertinentes possíveis, obrigando o candidato a saber de detalhes dos programas do Bill Gates.
Tanto software livre por ai e coisas q o usuário deveria saber mais sobre computador e segurança internética, as perguntas são verdadeiros reforços de "use a minha marca, me mantenha o cara mais rico do planeta"

08:57  

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